Há alguns meses não posto nada novo no blog, pois estive lutando para encontrar um caminho de vida. Tenho participado de rodas de conversas sobre suicídio e falar abertamente sem julgamento ou interrupções sobre toda essa bagunça dentro de mim tem me ajudado a organizar o pensamento e aliviar o peso de carregar essas histórias.
Sempre pensei que se dizer algo em voz alta, isso se torna oficial, por isso sempre que algo ruim acontece comigo evito a todo custo dizer em voz alta. Durante as rodas de conversa ouvi minha própria voz contando as minhas dores e isso me deu um alivio, como se estivesse prendendo a respiração e nunca tivesse percebido.
Meus últimos posts falavam um pouco sobre minha relação toxica com um amigo que inicialmente me guiou para a casa de Deus, mas aos poucos me vi como serva deste amigo, bobamente apaixonada e com medo de que ele se afastasse de mim.
Nos últimos dias tivemos brigas terríveis que me levaram ao completo desespero, no auge da minha angustia enviei muitas mensagens pra ele, o que o levou a me dizer coisas horríveis que fizeram eu me sentir despedaçada.
Após horas incontáveis de choro vi um caminho sem ele, tenho tentado seguir este caminho. Estranhamente me sinto quebrada, pois o caminho natural pra mim é o suicídio, mas por causa destas rodas de conversa não consigo ver esse caminho com clareza.
Vi um caminho de vida e decidi seguir por ele, mas ele exige sacrifício, luta, determinação e fé, muita fé.
Vou andar por este caminho até onde minhas forças me levarem e desejo que elas me levem até a vitória. Pra mim a vitória é quando alcançar o objetivo ter um novo ao invés de um ponto final.
Ainda penso que tudo seria mais fácil se eu tivesse morrido em setembro de 2017, mas desta vez vou fazer do modo difícil.